Enverguei meus óculos de vitral e parei.
Olhei o norte.
Uma luz verde trouxe-me uma boa expectativa.
Virei para o sul.
A cor marrom ofertou-me toda segurança que eu esperava.
O oeste,de um vermelho amplo,
Proporcionou-me a energia que faltava.
Encarei o leste.
O amarelo lá presente hipnotizou-me sem demora
Ofertando-me como caminho uma única corda.
De mãos dadas com o norte e o sul,
Posicionei-me sobre o retilíneo caminho.
"Pronta!" - gritei para o oeste.
"Pronta!" - sussurrei para o leste.
De imediato fui impulsionada por um e puxada pelo outro.
Os dois primeiros resmungavam com a pressa,
Mas, determinados, não me deixariam cair.
Fui como o vento,
Ora pisando, ora flutuando,
Mas sempre com determinação,
Pé ante pé por sobre as ondas brancas do azul oceano.
Cabelos soltos e alma furta-cor.
À medida em que me aproximava do ensolarado destino,
Enchia-me de esperanças, paixão e segurança
Cada qual vinda de um lado.
Sorri quando pisei nas quentes areias do litoral oposto
E dei por findo o percurso.
Agora era só esperar.
Deitei perto da duna e adormeci.
Quando ele chegasse iria me chamar.
Estava combinado,
Iria me chamar.